terça-feira

Pão

Quem gosta e lê poesia alimenta-se desse fio ténue entre o formato real e o transporte para o imaginário. Come aos pedaços as páginas sedutoras do amor alheio e enxuga as lágrimas do autor nas suas. Mas quem dá de comer ao poeta? Aos seus bocados de sentir quer na inflamação declarada do seu objecto amoroso quer no lamento uivado das noites de solidão? É o poeta e quem o lê um todo? Ou duas metades de um pão nutritivo que satisfaz tantas bocas?

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