sábado

Acertos

Como sempre marco a hora deste blogado para as zero. Um meio tempo que ainda não acabou e já se prepara para ser futuro. Os quatro zeros que designam esta minha hora acertam-me à realidade do virtual. Um antes de o ser já o era, uma facilidade fornecida por esta máquina gigantesca que põe o mundo às horas que melhor lhe aprouverem. Diga-se, um jeito que cada um faz a si mesmo, um acrescento de vida, um sopro de ainda.

Dois lados

Quanto mais escrevo mais fel encontro. Vou descascando os bocados de mim, de outros, de outros inventados, de uns quantos reconciliados. Mas também é tanta a verdade que quanto mais letras liberto maior a intensidade da alegria. Acho que me fico assim, melhor a qualidade, deixo a quantidade para quem a quiser apanhar. Não invejo, são apenas as minhas preferências.

sexta-feira

Páscoas

É de um tempo de redenção, dizem. De interiorização, de bem querer e fazer bem ao seu semelhante tomando como exemplo o daquele homem que há mais de dois mil anos deu inicio a esta morte-vida e ainda por cima com bençâo. Descrente como sou, mais razão a mim me dou quando observo amêndoas recheadas de licoroso veneno a serem oferecidas na troca de uma persignação ou jejum de carnes. Que de dentro, não se encontra bondade a comungar.

quinta-feira

Se fosse verdade

A propósito de mentiras e de verdades e de hoje se comemorar o dia da partida. Sou sempre um alvo. Prometo-me tomar mais atenção e no próximo ano não caír na esparrela. Mas chega este dia e volto a ser presa fácil. Tão fácil que até verdades verdadeiras me parecem mentiras. E não as compro. Depois a mentira chega sorrateira e eu, crédula, fico feliz por a guerra não acontecer mais.