quinta-feira

Ai como custa...

A vidinha é inimiga da arte.

segunda-feira

Palavras e imagens

Frase certa, uma imagem vale por mil palavras. Mas deparo-me com uma mão cheia de palavras que me atingem no peito, na vista e atiram-me para mil imagens. Como um filme que se dispara em stroblight, frames de sentidos, blogados, um todo realmente conseguido pela exactidão da pena.

domingo

Infantilidades

É infantil achar-se que o simples rapinar com sublinhado ao autor original não é pecado. Mesmo atribuíndo créditos a quem de direito. No final, enche-se a boca para alarvoar quem foi que se lembrou de falar de. De mostrar serviço à conta de outros. Do seu trabalho, pormenorize-se. À lupa de blogados acabo sempre a achar que é uma ponta de inveja e muito menos de admiração. É que ao redor do trabalho confiscado enreda-se uma teia de argumentos que tentam destacar quem o fez e porque o escolheu. Enaltece-se. Auto-promove-se. Mandriamente.

sábado

Quanto mais mais há

A propósito da inesgotabilidade das palavras. Sem som. A das escritas, desenroladas num monólogo, num solilóquio ora tempestuoso ora tranquilizante, a da verdade revelada, a da verdade transmitida por ser tão verdade que se crê ser mentira da invenção.

sexta-feira

É para mim

É notório que este pedaço de escrita composta de retalhos é egoísta, sovina, poupada de per si. Porque é minha. Não é destinada a encantar quem ocasionalmente aqui passa, nem a deslumbrar quem venha à procura de estórias de amor. São registos do que acho, do que considero importante e substancialmente dos blogados de mim. Ninguém tem que os entender, fazer considerações sobre o bem ou sobre o mal, concordar ou talvez não. São vistas minhas porque a mim se ofereceu esta paisagem. Outros há que também o fazem e se acham por bem que o aplauso ou apupo seja consentido é o todo deles que assim o permite.

quinta-feira

Sentir a falta

O condicional da partícula impõe-se: Se eu deixasse os blogados que todo restaría de mim? Se súbito interrompesse este exercicio de análise e auto-critica, estudo e considerações que sobraría daquilo que sou, daquilo que sería depois? É isto um vicío, que como todos eles tem de ser combatido pela raíz ou umas gotas de liquido homeopático em que o veneno injectado ajuda a ganhar resistência a outros males? Saír agora. Sentiría a falta, é certo. De inicio, pelo menos. Mas depois? Alteraría e condicionaría a minha forma de ver, sentir, agir? Ficaría amputada dos blogados que já me constituem um todo na minha vida? Será rotina falar dos sentires?

quarta-feira

Outros apreços e estimas

A propósito do que disse no texto anterior. Do que parece ter ficado, resumido, em carne. Mas também das excepções de que todos os blogados se fazem e na medida tão mais peculiar de que o sentir é mesmo o que prevalece. Da estima que se nutre por quem admnistra o verbo como um remédio para a alma. De quem conta estórias de encantar porque é mesmo essa a sua natureza. De quem virtualmente se mantém na realidade tridimensional e fora eu crente de fés, chamar-lhe-ía trindade santa. Por serem exactamente no seu todo como o que são nestes pedaços retalhados.

terça-feira

Apreços

É inevitável nestes pedaços não nos ligarmos emocionalmente a um, a outro. Não pelo autor, autora, mas pelo pedaço que transmite de si, de sua pena, blogados que nos assentam como tendo sido adiantados por nós mesmos, em que acabamos a achar que a comunhão de sentires é muito mais feita da invisibilidade fisica do que a presença corpórea. Mas tudo isto é manha do virtual. Vai a ver-se e o pedaço de carne entretanto materializado apaga o tal fogo das emoções e como humano que se é no todo, a beleza exterior é sempre a que se impõe.

segunda-feira

Fornadas

Falei eu de poesia algures. Mas até da crua prosa há a necessidade do quarto, da luz, da pena e do se estar consigo mesmo, consigo e os personagens, consigo e os rolos de estórias. A pressa do quotidiano esgota a arte, materializa-a no plástico de rápido consumo, adopta-se fácil a técnica do standard e desde que dê resultado numa primeira aventura, vá de fazê-lo de empreitada. É o que eu chamo de livros de supermercado. Saiem todos os dias, aos montes, incaracteristicos, uma linha de montagem que se aperfeiçoa nas frases feitas de acelerado deglutir sem margem para o pensar, o remoer, o lembrar mais tarde, a preocupação boa que fica quando se toma um texto entre mãos e é pela altura do peito que se lê ávido.

domingo

Disfarces

Já aprendi que muito do que aqui se atira como beijos, abraços, uma tanta de saudade, os quero-te e ainda os quase a tombar da ponta da lingua dos amo-te não são simples exageros. São exageros mas sentidos. Dimensionados ao minuto vivido in extremis. De facto, quem os menciona acha-se nesse estado de graça e desgraça em que o sentimento se exarceba mais que na letra do fado. Depois desliga-se o virtual e parece que a maré amaina... mas nem sempre. Que os há tão sentidos e doloridos que virtualmente sería um pecado chamar-lhe sentimentos disfarçados. Dó e piedade dos que o sentem, não porque os sentem, mas porque os acham reais.

sábado

Poesia(s)

A propósito de poemar. A propósito de tempo e estado para o fazer. A propósito de feição e de vida e de humores e também de amores para a arte da poética. Que isto de deitar a fazer pedaços de poesia não é um simples acto de escrita. É uma acção condenada ao sentir, ao doer, ao sorrir. Que na verdade o verdadeiro autor é o coração e se os blogados da vida o atiram para um simples bater pouco resta para os bocados do sonho levado nas palavras que se querem mais altas. Poesias sim, mas veras. De outro modo, silêncio.

sexta-feira

Ciclos

E de repente há a sensação do esgotar. Nada mais para haver dizer. Contar de blogados. A propósito de hesitações na pena, no remoer de coisas que já foram ditas. Que de outras formas haverá sempre espaço para as escrever. Talvez uma lista de desejos para a nova época. Outros blogados de um todo que se pretende melhorado. Mas até nestes pedaços esgota-se o repisar das intenções e das partes se conclui que há (sempre) muito do mesmo.

quinta-feira

Nada como o sonho

A expectativa. A esperança. Ainda um fiozinho de luz ao fim do túnel. Ainda mais uma vez. Só mais desta vez. O sonho. Nada como entrar-se no novo Ano para se voltarem a renovar os votos de mudança, a crença no homem bom, a felicidade almejada. Mesmo que nalgum pedaço do mundo o mundo se desfaça em guerras, em traições, em homens maus. Nada como uma folha de calendário arrancada para voltar a renascer. Assim seja, assim fora.