sábado

(O meu)Telhado de vidro

Não sei se da vida que levamos, não sei se da vida solitária a que alguns mesmo acompanhados se sentem, tenho vindo a reparar que a maioria das pessoas comporta-se nas suas actividades comuns com um tique. Entre os afazeres que desenvolvem, lá estão elas a pigarrear naquele tom especial ou a coçar o lóbulo ou a afagar o lábio superior ou a beliscar a sobrancelha furiosamente. Não são gestos isolados e ocasionais, são repetições que acontecem dentro do mesmo quadro, cenários que já sei quando têm lugar, uma espécie de manias. O curioso, é que fora isto, são absolutamente normais, dentro dos parametros entendíveis como "normal". Vem isto a propósito do que é sujeito ao standard e o que é desvio. E questiono-me: qual o meu tique? Qual a minha normalidade? Pois se os demais não se aperceberão dos seus pequeninos "defeitos", também eu não terei a capacidade de ler os meus. Serão blogados de mim? Ou farão estes pedaços um todo absolutamente necessário para me constituír enquanto existência de um ser?
 
 
 
 

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