sexta-feira

Eu escolhi

Há quem já se tenha habituado a ver-me assim, distante, é como me chamam, desconheço se o fazem com o sinónimo de altivez ou de medida. Outros apontam o dedo com o ar de desdém acrescentando bicho-do-mato. E depois há a parcela dos que não me vêem sequer. Ou vejo-os a todos, ouço-os a todos, mas escolhi estar sózinha a maior parte das vezes porque não tenho paciência. Esta é a verdade. Não tenho mais nem menos que todos eles, sou par deles, mas não aguento aquelas conversas, o volume do som, desinteresso-me, aborreço-me, enfado-me de tal forma que fisicamente sinto dores de cabeça, alguma náusea, só penso em correr e fugir, essa é a única imagem que me fica presente. Sempre ouvi que quem está mal muda-se. É o que faço. A minha solidão não é um isolamento forçado e tão pouco é triste, são retalhos daquilo que sou e das minhas opções de bem-estar. Entenda-se que eu gosto da humanidade. Mas entenda-se também que os meus sentires não gostam de todos.
 
 

Sem comentários: