terça-feira

A morte tecnológica

Não sou pudica ou moralista mas sinceramente, creio que algum recato é preciso na altura da morte, seja por respeito ao ido seja por contenção à barragem dos sentires que tendem a extravazar os que estão próximos ao defunto. E vem isto a propósito, de há um par de anos ter apanhado um soco no estomago, quando li a noticia do falecimento de uma certa pessoa através do facebook. As mensagens multiplicavam-se e sucedíam-se de tal forma no seu encadeamento que o penúltimo, apanhado na surpresa, não percebía se tinha sido o autor de alguns comentários acima o próprio morto, que não fora o macabro da ocasião e eu estar triste pela perda, tería rido que nem uma perdida. Eu não quero que comuniquem a minha morte desta forma. Aliás, não a digam a ninguém pois não vai aproveitar a ninguém. Não sou rica e não vou deixar nada. Tudo o que tenho é o agora e esse garanto, que o gasto todo.

 

Sem comentários: