segunda-feira

Desejos poéticos

Por vezes aquilo que se quer é tão tangível que se chega a crer impossível. Vem a isto a propósito de desejos poéticos. Algo muito pequeno, simples, cru, uma sensação qualquer que chega a ser complicado traduzi-la a outrém pela singeleza do pensar. É nessas alturas que um pedaço de nós se acha extremamente complexo no descodificar das suas emoções. Desiste pelo exasperamento. Mas logo na primeira facilidade, sem combate algum entrega-se à frase de não conseguir explicar porque é só um sentir que o outro nunca há-de entender por nunca o ter sentido. Será? E este outro, assim fará a um outro de novo, e em cadeia, outra vez, e andamos todos nisto a achar que é impossível dizer coisas puras e banais que nos deixam bem e contentes só por serem pequenas e não valerem o esforço, e vai daí: Calamo-nos. Não dizemos nada. Abanamos a cabeça, encolhemos os ombros, dizemos não saber o que temos, mas sentimos uma depressão cá por dentro... e suspiram.

 

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