domingo

Bocados de lua

Evito olhar a lua. Há lá uma melancolia que se pega. A mim. Às recordações. Torna-se saudade. Do que foi bom e das despedidas. Aviva, reaviva. Abre outra vez as feridas. Volta tudo como da primeira vez mas empresta-se-lhe a distância e tendenciosamente, acrescenta-se-lhe o encanto do que não se teve. Porque dos bocados queremos fazer o inteiro. Porque dos bocados se procura o que se gostaría de ter sido um todo. Como a lua. Mesmo em minguante ela está lá toda. Mas só vemos uma fatia.

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