sexta-feira

A noite e as noites

À noite. Seja na noite da noite seja na das manhãs. É sempre lá que encontro os meus pedaços e os junto todos num braçado e volto a distribuír pelo meu corpo, cada blogado no seu espaço devido, a cumprir as funções para que nasceram. É à noite que eu sou eu e me dou com os outros, que eles partilham a sua vida comigo, que falam para o meu reflexo na tela do computador ou para o sombreado das minhas pestanas a recortarem no papel branco de linhas azuis fininhas. À noite tudo se resume, tudo se percebe, tudo se agiganta. Não há momento do meu dia que seja tão poderoso quanto o encontro do verbo comigo.

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