sexta-feira

Quem vê caras não vê blogados

Há uma estranha mania de encaixar fisionomias na capacidade para desempenhar funções. Caíndo num exemplo não muito singular e até por demais vulgar, refira-se que sempre se achou que uma mulher bonita tem algumas dificuldades em ser inteligente, assim como um homem de aspecto boçal nunca poderá ser um artista. Nada mais errado. Os pedaços que fazem gente bonita nem sempre se acham num nariz fino e as mãos gretadas do trabalho têm tantas aptidões para tocar um instrumento quanto as do oleiro a criar uma peça ou a dar um açoite ao filho. Quero eu dizer com isto, que a surpresa de me acharem hábil resume-se ao facto de me verem como um todo, ignorando que dos meus bocados há a fragilidade natural de ser mulher mas a força do búfalo para encarar um terreno por lavrar.

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