quarta-feira

Amarguices

As de boca e as de peito. As primeiras passam com uma boa escovadela, elixir, gargarejos, cuspir tudo o que se sente. Uma visita ao dentista duas vezes por ano para vigiar, prevenir, consertar. Das do peito é outra coisa: é aquele pedaço muito semelhante a expectoração que se agarra com unhas e dentes e por muito xarope que se engula não descrava. É que o amargo de peito fermenta, dilata, procria e geralmente quando expande não só vomita como exala um fedor de inveja e egoísmo que no final acaba por derreter o próprio. Alguns chamam-lhe azia, vem o nome dos ácidos corrosivos que dissolvem o bolo alimentar mas destes ódiozinhos vive muito o bocado do que se é na verdade. Amarguem-se então. Consumam-se nessa proscrita fé que ateia o próprio inferno. Maldito blogado este!

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