sábado

Festa&Arrependimento

Há um pedaço de mim que diz para não me incomodar, ser civilizada, e outros blogados, talvez básicos, que se enfurecem e gesticulam, fazem aliás, tanto barulho quanto o vizinho que a deshoras permanece numa festa, bate com os pés, as palmas, gargalhadas, música em decibéis proibidos. Serei só eu a mais os meus bocados a revoltar-me ou os outros vizinhos estarão acaso surdos que não escutam o projecto de Dante que vai no prédio? Justiça feita, alguém chamou a autoridade e o fim da festa para uns foi o começo de uma noite santa para outros. Mas não para mim. Que fiquei a remoer neste conceito. Ou talvez não, que provavelmente a adrenalina da ira já me tinha afastado de Morpheus. O que seja, mas vem isto a propósito, da festa do vizinho e da sua alegria. E da minha prisão e dos demais condóminos desrespeitados nas suas liberdades de descanso à 1 da manhã. Quem celebra a hora tardia decerto deve ter motivo assaz forte para o fazer. Uma certa dose de remorso tomou-me a meias com o dramatismo de uma cena fabricada na minha mente pelo vizinho a ser levado pelo agente policial, algemado como um criminoso, enquanto nós, os outros batíamos palmas. Onde começa a liberdade e termina a festa?
 
 

Sem comentários: