quinta-feira

Conselhos

Guardo religiosamente para mim estes bocados. Não são segredos, não são intimidades, não servem de confessionário, mas são um exercício de escrita e de auto-reflexão. Apanhada um dia destes a rabiscar algumas considerações não sobre os blogados, mas sobre um texto que aqui não vem ao caso, dizia o "intrometido" com ar surpreso, que não fazia a mínima idéia que eu escrevia. Que só me sabía leitora, pois sempre me vía com um livro. Mas já que me tinha descoberto o segredo e até me denotava qualidade, que eu aceitasse uma opinião de um leigo. Pois não, por quem sois. Um leigo. E eu, não sou escritora. A partir daqui, passou mais de uma hora em que debitou um discurso sobre ele mesmo, as sua capacidades de escrita - que eu desconhecía - e que eu tomasse como exemplo os erros dele e não caísse nas mesmas tentações, que até tería o maior prazer em mostrar trabalhos seus, combinarmos e ajudar-me nesta tarefa se eu entendesse levar este caminho de forma mais séria. Não sei se o meu rosto denunciou a minha surpresa, o meu enfado ou simplesmente mandou uma mensagem a dizer vai-te embora. Sei que assim que ele partiu, rasguei a folha onde havía escrito o esqueleto do texto e que para mim não tinha a menor importância até ele o ter lido. Depois, era um pedaço de papel conspurcado que atirei para os reciclados.
 

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