domingo

Pequeno grande mundo

Os privilégios de se viver na cidade grande estão na mesma proporção para os seus prejuízos. Não vou enumerá-los por evidentes. Vem isto a propósito, de numa manhã de Domingo - e manhã cedo - toda a cidade parecer estar adormecida. Ou será apenas o meu bairro, a minha rua, o meu prédio, a minha casa, a minha sala? É que num instante o nosso pequeno grande mundo é apenas o sitio onde estamos sentados e tudo ao redor é inexistente ou desconhecido. Nesse mesmo intante, na minha sala, na minha casa, na minha cidade ruidosa o único som que me chegou numa manhã de Domingo foi o dos pássaros, e eu surpreendida por ter ensinado o ouvido a trânsito e gritos, maravilhei-me, despertei-me, quis acordar o prédio, a rua, chamar o bairro para que viessem escutar o mesmo que eu, que não era loucura minha, ouvíam-se passarinhos na cidade grande. Por uns minutos alei-me e fui com eles, talvez blogados de mim. Depois ouvi uma sirene de uma ambulância e duvidei dos meus bocados.

 

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