sexta-feira

O problema é da luz

Ainda no inicio do Ano e já o cansaço como se o meio deste se abatesse aos ombros. Cansada do dia, da semana demasiado comprida, este mês que não há meio de se findar. Incomodada com todo o enfartamento, confessei a um amigo este padecer e ele, pragmático silenciou-me: O problema é da luz. Ou melhor, da falta desta, da luz do sol, de mais horas de exposição à famosa vitamina D ou há quem lhe chame vitamina F de felicidade. Vem a isto a propósito, dizia-me ele, não de cansaço mas de se sentir necessidade de saír da hibernação e florescer, romper a terra e vir ao mundo de novo, ver a luz, renascer. Que eu não ligasse que isto ía passar. Espero. Porque continuo a sentir-me cansada. Até de mim. E cansada de estar cansada.
 

quinta-feira

Da escassez e da abundância

Da abundância dos primórdios dos blogados deixei eu - ou deixou o tempo em mim ou eu permiti que o tempo marcasse lugar - que a quase ausência se fizesse impor como se este bocado de espaço ( que sendo virtual, dir-se-ía nada ocupar, logo inexistente) pouca ou nenhuma importância tivesse. É facto que do real e até das palavras impressas nos livros, me relaciono mais e melhor, mas incontestavelmente verdadeiro o é também que sendo meu este todo, pelo menos um pouco de relevo tem, ou eu não o tería dado ao nascimento. Vem isto a propósito, do que nos faz falta e do que foi em tempo, perdido ou situado, imprescindível, e que vai a ver-se no dobrar das horas e hoje, ao entrar no novo Ano, com abundância de outras leituras, enjoada recusei, para voltar saudosa aqui, nostálgica dos meus pedacinhos e reconciliada para tão logo me sentir ao quase pedir-me perdão.