A abstracção do real pela poesia não é apenas um exercicio do belo. Para mim, que o faço como aprendiz do b-a-ba e me comovo quando a leio, não simplesmente por alguns pedaços do sentir de mim, mas um todo do que sou, faz-me falta tê-la por perto e dela alimentar-me de quando em vez. Uma espécie de nutriente do qual careço para me manter viva e amorosa, tornar presente a fragilidade do que é ser humano e do que é ser artista. Não o sou, não tenho essa presunção. Lá porque me ensaio em riscos de poesia e me faz bem tentá-la, a maioria das vezes desperdiço-me em muito papel rasgado por me achar incapaz de a escrever. Vem isto a propósito das saudades que tenho de o fazer, também dos receios de aí voltar a esse campo maravilhoso mas minado e encoberto.
sábado
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